domingo, 18 de janeiro de 2009

CHEGADA A CHAVES

CHEGADA A CHAVES
Como seria de esperar chegámos a Chaves mais encardidos, para não dizer pretos, que pode ferir a susceptibilidade de alguns, que os empregados de uma carvoaria.
Lá nos apresentámos e toca à procura de onde dormir que a noite já ia alta e no Quartel não havia alojamento para nós.
Por mim, mas certamente com o Vale Pereira, com o Dias e outros, o tempo passa e a memória vai escasseando, fui à procura de quarto na cidade, até que tivesse vaga no Quartel.
Na rua onde cresci e morei durante a minha juventude (dos cinco anos até casar), Rua Leite de Vasconcelos, na Graça, em Lisboa, morava o Sr. Gonçalves, dono do Colégio Luso, que era de Chaves, sendo que o filho, Carlos Alberto Quitério Gonçalves, que se me ler daqui lhe mando um grande abraço, foi meu companheiro de infância. Quando lhe disse que ia para Chaves tratou logo de me recomendar umas quantas hospedarias, pessoas de bem, como era jus dizer na altura, que me tratariam com a deferência que a sua amizade impunha.
Sem possibilidade de alojamento no Quartel, lá fui à procura de uma das referências que tinha.
Ficava perto do Castelo de Chaves, só que, quando lá cheguei para apalavrar o arrendamento, fui confrontado com uma discussão enorme entre duas das moradoras de um prédio vizinho.
Menino de Lisboa, em que o vernáculo era para usar com contenção, imaginem a minha cara quando presenciei duas mulheres, aos berros, uma na rua e a outra num dos andares, talvez o segundo se tanto, utilizando palavras, algumas das quais ainda hoje continuo a desconhecer o significado.
Mal sabia que não era só o vernáculo que imperava naquelas bandas.
Foi também preciso habituar o ouvido à pronúncia autóctone, ou seja ao “tche” – Tchaves, Tchavena, está a tchover, etc.

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