PRIMEIROS DIAS EM CHAVES
Pouco tempo depois da nossa chegada, já a nossa vida tinha outra alegria.
Aportámos a Chaves em Julho (o verbo é para agradar à quase totalidade dos que nos acolheram, que eram adeptos do F.C. do Porto).
Mês de férias para a malta estudantil, primordialmente constituída por universitários a lamber sebentas no Porto e em Coimbra, bem como para os imigrantes que davam, quer à cidade, quer às vilas e aldeias em redor, outra animação.
Mês das verbenas no Jardim do Tabolado. Que saudades….
Naquela altura ir de férias para o Algarve não era sequer questionado.
Terá sido essa a nossa sorte.
Foram três, quatro meses de inteiro frenesim.
Ao chegar o Outono, com o cair da folha e a debandada dos estudantes e dos imigrantes, quer a cidade quer nós próprios ficámos deprimidos.
Se fosse hoje tínhamos pedido a ajuda de um psicólogo para nos ajudar a tratar o ego.
Mas, como naquele tempo era despropositado tal pedido, digamos até que ficava mal, tratámos de ultrapassar a situação.
Chaves era uma cidade pequena, com um bom clima e uma população fantástica. Humilde, trabalhadora, amiga, compixa, embora muito, mas mesmo muito desconfiada com estranhos.
A razão que encontro para tal facto, talvez se prenda ao contrabando e aos que aproveitavam aquela fronteira para dar o salto.
Com a partida daquela juventude de mente aberta, foi difícil manter a confiança de quem nos acolheu e ficou.
Não faltou muito para o conseguirmos.
Feliz Natal a todos.
Há 11 meses
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