sábado, 24 de janeiro de 2009

Aqueles momentos dolorosos no Cais de Alcântara no dia 24 de Janeiro de 1971 ...










Foi realmente há 38 anos acabados de perfazer ...
Eu tinha vindo 3 dias antes para assegurar lugares nos camarotes para os oficiais e sargentos da minha companhia e evitei assim o cortejo ferroviário da ululante e feérica saída de Viana de Castelo. Segundo me contaram, ficou generalizada a impressão de que toda aquela Nobre Cidade tinha vindo à Estação para se despedir de nós. Viva Viana do Castelo !
Não quero recordar como foi dolorosa a despedida da minha noiva e da minha família, todos no cais, com as lágrimas nos olhos mas impondo-se a si próprios um pungente e arrepiante silêncio.
Foram facadas autênticas. Depois vim sangrar a dor para dentro do navio e não me lembro de quase nada desde que os sons intensos e vibrantes daquele "Niassa" o fizeram tremer todo e se espalharam por quilómetros em redor, anunciando que aquele afastamento físico era mesmo a sério e nada havia a fazer para o adiar ou anular, pelo que assaltou-nos desde logo na mente a perturbadora ideia de que alguns ou mesmo muitos de nós não sabiam se iria ser possível regressar aquele cais, ao ponto exacto de partida, para de novo estar junto daqueles entes amados que ficavam no cais a olhar para nós com aquelas sonoras lamúrias e aqueles choros repetidos que jamais dará para esquecer.
Mas que embrulhada aquela em que nos tinhamos metido !
E enquanto o navio se afastava do cais, lá íamos tentando olhar para a barra do Tejo e para o desconhecido e já inquietante destino, ainda sem saber que ondas de 6 a 8 metros estavam à nossa espera para nos martirizar mais ainda durante dois dias de enjoo fortíssimo, de muito mal estar e de uma já imensa falta de paciência para aturar tudo aquilo ! ! ! ! !
Devíamos ter saltado borda fora ... ! Mas por qualquer estranho motivo não o fizemos !
Aqui estão algumas fotos desses dramáticos momentos da largada de Alcântara e da longa viagem que se seguiu ...
FOTOS: De cima para baixo: 1ª.-Alf. Manuel Alves de Sá, Eu e Alf. Manuel Morais no Cais (dos Tormentos) de Alcântara; 2ª. Eu e os meus pensamentos; 3ª. Fur. Martinez, Eu, Alf. Manuel Morais; 4ª. e 5ª. Festa da 3310 a bordo (Cap.Pina, Sá, Morais, os Sargentos, etc.; 6ª. Alf. Sá, Alf. Martins (da 3309) e eu; 7ª. Eu e Lourenço Marques a espreitar.

PRIMEIROS DIAS EM CHAVES - Alf. António Camacho-3311

PRIMEIROS DIAS EM CHAVES
Pouco tempo depois da nossa chegada, já a nossa vida tinha outra alegria.
Aportámos a Chaves em Julho (o verbo é para agradar à quase totalidade dos que nos acolheram, que eram adeptos do F.C. do Porto).
Mês de férias para a malta estudantil, primordialmente constituída por universitários a lamber sebentas no Porto e em Coimbra, bem como para os imigrantes que davam, quer à cidade, quer às vilas e aldeias em redor, outra animação.
Mês das verbenas no Jardim do Tabolado. Que saudades….
Naquela altura ir de férias para o Algarve não era sequer questionado.
Terá sido essa a nossa sorte.
Foram três, quatro meses de inteiro frenesim.
Ao chegar o Outono, com o cair da folha e a debandada dos estudantes e dos imigrantes, quer a cidade quer nós próprios ficámos deprimidos.
Se fosse hoje tínhamos pedido a ajuda de um psicólogo para nos ajudar a tratar o ego.
Mas, como naquele tempo era despropositado tal pedido, digamos até que ficava mal, tratámos de ultrapassar a situação.
Chaves era uma cidade pequena, com um bom clima e uma população fantástica. Humilde, trabalhadora, amiga, compixa, embora muito, mas mesmo muito desconfiada com estranhos.
A razão que encontro para tal facto, talvez se prenda ao contrabando e aos que aproveitavam aquela fronteira para dar o salto.
Com a partida daquela juventude de mente aberta, foi difícil manter a confiança de quem nos acolheu e ficou.
Não faltou muito para o conseguirmos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


Este é um pequeno extracto do Diário do João Ramalhosa Guerreiro. Atenção aos detalhes do desconforto e às carências totais aqui descritas e atestadas.
JAD

aditamento ... incluindo o Monumento do BC 10 (actual RI 19)






Mais algumas fotos, incluindo o Monumento do antigo BC 10 (actual RI 19) e o Encontro do 3834 em Fátima em 1994

Imagens de Omar e de Toma - 1971 e 1972






Eis mais uma pequena colectânea fotográfica, com a promessa de que outras vindouras estão na forja, mas ainda pendendo de um luta renhida e difícil com o meu actual e principal inimigo: - O Sacana do Sr. Tempo !

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

E em 2008 estávamos assim ... com a visita da 3ª. CCMDS de Moçambique e com a malta toda do 3834 - organização da CCS






Que grande Encontro este !

Agora a malta da 3310 ficou assim ...


Esta é a 331o de hoje. O espírito vivo e forte de uma amizade permanente e de uma certa e muito especial camaradagem mantêm-se e nada abalará jamais esta aliança cimentada no sofrimento e nas privações que pela união todos conseguimos suportar.
Cliquem sobre a foto, para a ampliar e experimentem identificar cada um dos fotografados.
Viva a 3310 !


Fotos do Encontro da 3311 de 21 de Setembro de 2008 no Restaurante Oscar do Tarzan ...
Da esquerda para a direita, na primeira, Tarzan (CCS), eu, o parte-cordas Vilar e o Agostinho (3311), na segunda, mãos desconhecidas, eu, o Camacho (3311) e o João Russinho Marques (CCS). Ao Agostinho César Gonçalves a nossa saudade eterna e um obrigado especial por ter tão tão atenta e pacientemente escutado os sons que o Vilar e eu produzimos naquela viola do Camacho. Desta vez, mas para não fugir à regra, o Vilar voltou a partir mais uma corda da viola, só que agora foi a do Camacho e não a minha ... Até sempre Agostinho ! Enorme abraço ! JAD

domingo, 18 de janeiro de 2009

CHEGADA A CHAVES

CHEGADA A CHAVES
Como seria de esperar chegámos a Chaves mais encardidos, para não dizer pretos, que pode ferir a susceptibilidade de alguns, que os empregados de uma carvoaria.
Lá nos apresentámos e toca à procura de onde dormir que a noite já ia alta e no Quartel não havia alojamento para nós.
Por mim, mas certamente com o Vale Pereira, com o Dias e outros, o tempo passa e a memória vai escasseando, fui à procura de quarto na cidade, até que tivesse vaga no Quartel.
Na rua onde cresci e morei durante a minha juventude (dos cinco anos até casar), Rua Leite de Vasconcelos, na Graça, em Lisboa, morava o Sr. Gonçalves, dono do Colégio Luso, que era de Chaves, sendo que o filho, Carlos Alberto Quitério Gonçalves, que se me ler daqui lhe mando um grande abraço, foi meu companheiro de infância. Quando lhe disse que ia para Chaves tratou logo de me recomendar umas quantas hospedarias, pessoas de bem, como era jus dizer na altura, que me tratariam com a deferência que a sua amizade impunha.
Sem possibilidade de alojamento no Quartel, lá fui à procura de uma das referências que tinha.
Ficava perto do Castelo de Chaves, só que, quando lá cheguei para apalavrar o arrendamento, fui confrontado com uma discussão enorme entre duas das moradoras de um prédio vizinho.
Menino de Lisboa, em que o vernáculo era para usar com contenção, imaginem a minha cara quando presenciei duas mulheres, aos berros, uma na rua e a outra num dos andares, talvez o segundo se tanto, utilizando palavras, algumas das quais ainda hoje continuo a desconhecer o significado.
Mal sabia que não era só o vernáculo que imperava naquelas bandas.
Foi também preciso habituar o ouvido à pronúncia autóctone, ou seja ao “tche” – Tchaves, Tchavena, está a tchover, etc.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O PRINCÍPIO - por António Manuel Militão CAMACHO


"O PRINCÍPIO"
As memórias reportam-se a Janeiro de 1970, quando assentei praça em Mafra, o que, trinta e nove anos depois, para quem fala de memória, é muito tempo.
O primeiro contacto com a esfera militar, tirando a Mocidade Portuguesa e a Milícia da dita instituição que frequentei, fez-se em Janeiro de 1970 na Escola Prática de Infantaria, em Mafra. Comigo entraram, tanto quanto sei, todos os Alferes Milicianos originários do nosso Batalhão, alguns só na recruta, pois os não atiradores foram fazer a especialidade noutras Unidades.
Na altura deram-nos o "Guia do Instruendo" (anexo 1), que continha os apontamentos da história da E.P.I., o hino e letra da E.P.I., a descrição heráldica do guião da E.P.I., o mapa da vila e arredores, o horário das missas, locais dos bens e serviços, descrição do quartel e seus serviços, e as indicações para os instruendos, desde a finalidade dos C.O.M., até às faltas, saídas, comportamento, etc.… Posso transcrever algumas regras:
 Barbearias – todos os instruendos do C.O.M. podem cortar o cabelo
gratuitamente na barbearia das praças, NÃO SENDO PERMITIDAS GORJETAS,
ou pagando, na barbearia dos Oficiais e Sargentos (cabelo 4$00), sendo
omisso na questão das gorjetas;
 Casamentos – nenhum instruendo deve aprazar o seu matrimónio sem
previamente ter assegurado a possibilidade de o fazer na data em que
pretende;
 Óculos escuros – Desde que não sejam graduados só podem ser usados por autorização do Exmo Sr. Comandante, mas as fotos para documentos não podem ser com os ditos óculos.
Foi aí que passámos entre Janeiro e Junho de 1970, cada um no seu pelotão e cada pelotão na sua Companhia, pois, tanto quanto me lembre, nenhum de nós era da mesma unidade de formação.
Antes de rumarmos a Chaves ainda houve uma falácia que consistiu num sorteio para escolher, não sei quantos cadetes – três ou quatro, para rumarem à Força Aérea. Tretas…
Chega então a ida para Chaves. De Lisboa fui eu, o Vale Pereira e o Albuquerque Dias. Comboio para o Porto (viagem durante a noite, no comboio militar ou talvez no comboio correio), depois do Porto para a Régua (ao princípio da manhã) e, então foi o calvário, da Régua para
Chaves, no "Texas" (durante a tarde). Foram mais de 18 horas de viagem de Lisboa a Chaves.
Mês – JULHO; Calor – INSUPORTÁVEL; Ar Condicionado – O que era isso?
Abríamos as janelas e entrava a fuligem, fechávamos as janelas e derretíamo-nos com o calor. O que valeu foi termos aprendido, com os utentes habituais daquela viagem, que iam descendo em certas estações, iam bebendo umas "vejecas" numas tascas que existiam ao longo da linha, o comboio ia fazendo os meandros que a linha lhe impunha e eles voltavam a apanhá-lo mais à frente. Só visto, mas posso garantir que, das vezes que voltei a utilizar o "Texas", voltei a fazer o mesmo e não pensem que era preciso correr para o apanhar mais à frente noutra estação, não, acho até que aquilo estava programado.

domingo, 11 de janeiro de 2009

NOTÍCIAS ACADÉMICAS :
Pergunta feita a um examinando num exame de um Curso de Química:
- Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO ? Comece já por dar um exemplo !
Resposta (rápida):
- Será a colocação de qualquer um dos nossos políticos num tanque com ácido, para que se dissolva. Aqui, estaremos perante uma dissolução. Mas colocando todos os nossos políticos no mesmo tanque, teremos uma SOLUÇÃO !
(o formando foi imediatamente aprovado, com distinção e por unanimidade do júri !) .
JAD

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Mais imagens do "Concílio" preparatório do Grande Encontro do 3834 de 2009 em Chaves






Aqui estão os organizadores a distribuir tarefas para que o Grande Encontro do 3834 de 2009 seja uma realidade e um sucesso.
Presentes:
Alf. Camacho (3311), Carlos Verdasca (3309) ,Alf. Morais, Alf. Neves, Alf. Dias, Fur. Victor Vieira, Fur. Armindo Gomes (3310), João Russinho Marques, Leonel Correia (CCS), Ilídio Costa (C. Caç. Mocímboa da Praia) - convidado.
Será feita a devida divulgação, logo que estiver detalhado e confirmado TODO o programa do Grande Encontro de 2009 em Chaves !

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Foi assim que começámos os preparativos para o Grande Encontro de Chaves do 3834 em 28 de Março

Aqui está uma reportagem do "Concílio" de hoje.
Vamos a Chaves !!!
O programa já está a ser feito e vai ser difundido dentro de pouco tempo.
JAD

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Resultados da sondagem "Acredita que Portugal tem futuro com os políticos que tem actualmente ? "

Os resultados da sondagem "Acredita que Portugal tem futuro com os políticos que tem actualmente ?" são os seguintes:

Não: 77 %
Sim: 23 %

Conclusão: Temos de encontrar uma solução de futuro para Portugal ! (Tenho uma filha e um neto e ... estou preocupado !).

JAD