terça-feira, 31 de março de 2009

fotos cedidas pelo António Ferreira da C.ART. de OMAR






Aqui vão mais algumas fotos ... durante o jantar, na manhã seguinte junto à Casa de Samaiões e ... uma boa imagem da coroa de flores que foi colocada no monumento existente dentro da Unidade, onde se encontram gravada a maior parte dos nomes dos nossos companheiros da 3309, da 3310 e da 3311.

mais algumas fotos do Camacho



E mais estas: O encontro do Camacho com um companheiro da 3311 e o momento do fado no jantar da Casa de Samaiões

Mis fotos do Grande Encontro do 3834 (cedidas pelo António Manuel Camacho)






Aqui estão algumas imagens que atestam o que foi o Grande Encontro de Chaves deste ano.
A missa celebrada pelo Capelão Reis, as fotos de grupo e de preparação das cerimónias militares dentro do RI 19 e uma vista de Chaves.

segunda-feira, 30 de março de 2009

E mais fotos ainda ...




E mais fotos ainda (que já são do jantar na Casa de Samaiões).

mais algumas fotos






E aqui estão mis algumas fotos do Grande Encontro de Chaves. Fotos de grupo dentro das instalações do RI 19, a seguir às cerimónias militares e fotos do almoço em Lamego, no Matos (cabrito e carne assada ...)

O Grande Encontro de Chaves






O que mais este Grande Encontro do 3834 teve de diferente dos outros:
-Maior número de presenças da 3309 e da 3311, o que se regista com muita alegria, sobretudo sabendo que a 3309 teve o seu encontro anual muito recentemente, mas não deixou por isso de comparecer.
Juntámos cerca de 120 pessoas, tanto nas cerimónias no RI 19 como no jantar.
A viagem de autocarro foi simplesmente espectacular e já todos nos interrogamos para quando e para onde será a próxima.
O nosso público reconhecimento a quem nos facultou tão bons momentos de convívio ao longo do caminho.
Aqui vão alguma fotos, mas outras virão depois. Para já, uma foto do almoço em Lamego no Matos e várias do autocarro que fez o percurso Lisboa / Chaves / Lisboa, por € 30,00 .

sábado, 21 de março de 2009

Mais uma simpática croniqueta do António Manuel Camacho - a 5ª.

PERIPÉCIAS EM CHAVES – 5
Não foi só nas rotas do contrabando que as histórias aconteceram.
Lembro-me de uma outra que é imperdível.
Os pais do “nosso” Morais convidaram-nos para um lanche em sua casa num lugarejo perto de Alfandega da Fé, onde viviam.
Copos para aqui, presunto para ali, tudo do melhor que já me passou pelo goto e surge a oferta: - quando tiver um cabrito jeitoso e com peso a condizer, faço questão do oferecer para o vosso jantar lá no quartel.
Promessa feita e cumprida.
Um dia, o Morais chegou, acho que após um fim-de-semana, com a notícia de que o cabrito estava à nossa espera e que tínhamos que o ir lá buscar, conforme combinado.
Falámos com o cozinheiro da messe, para saber da possibilidade de cozinhar o bicho. Tudo arranjado e lá fomos, não me lembro com quem.
Só sei que, quando chegámos e contra a nossa expectativa, o animal ainda estava vivo que nem um pêro e nós a pensarmos que tínhamos a papinha toda feita.
Lá o trouxemos, atado de pés e mãos, no porta-bagagem do carro que usámos.
Chegados ao Quartel, à noite, tivemos que decidir onde é que o cabrito iria ficar até ao dia seguinte.
À falta de melhor ficou no meu quarto, dentro dum saco que era muito usual naquele tempo, género paralelepípedo, com fecho de correr em cima; ou seja, o corpo ficou todo dentro do saco e a cabeça ficou de fora, presa no fecho de correr.
Bem pode ter berrado a noite toda que ninguém ligava aos sons estranhos vindos daquelas bandas, nomeadamente daquele quarto. O historial já era longo. Haja Deus…
O pior foi na manhã seguinte.
O cabrito até se portou menos-mal. Quem não se portou como devia de ser foi o cozinheiro da messe que se atrasou a ir buscá-lo.
Foi a nossa perdição. O impedido que tratava dos nossos aposentos, talvez ressaibado com a tarefa que lhe incumbia, não fez mais se não soltar o cabrito na parada do quartel.
Nós estávamos na instrução e só ouvíamos um alarido enorme, maior ainda do que aquele que os adeptos fazem num jogo de futebol, quando o clube da casa marca um golo.
Aquilo só visto pois contado não dá a dimensão do episódio. Imaginem só a cena, com quase todos os soldados das Companhias de Comandos e Serviços, já batidos, para aí mais de trinta, na parada, a correr atrás dum pobre animal que, mal era agarrado, era logo solto para nova correria.
A brincadeira só terminou quando o bicho já não tinha forças para nada, nem para se levantar do chão, quanto mais para correr.
Claro que tivemos que ir prestar declarações ao Comandante da Unidade, mas o que havia a fazer? Mais “porrada”, menos “porrada”, já tínhamos o destino marcado que era ir malhar com os costados a Moçambique.
À noite foi comer o cabrito assado que estava delicioso, muito tenrinho e saboroso, não pela correria a que foi forçado, mas pelas mãos em que foi criado.
Obrigado Manuel e a teus Pais.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mais uma bela "Croniqueta" do António Manuel Camacho

PERIPÉCIAS EM CHAVES – 4
Não foi só nas rotas do contrabando que as histórias aconteceram.
Como já referi, em croniqueta anterior, os residentes de Chaves não ajudaram muito na nossa integração, mas não faltou muito para o conseguirmos.
Para isso, muito contribuiu a chegada dos furriéis que iriam fazer parte do nosso Batalhão.
Entre eles quero recordar, pelo seu protagonismo, o João Fardilha e a sua guitarra.
Naquele tempo, na plebe, não havia discotecas, boites, danceterias ou outras casas onde se pudesse tomar um drink fora de horas. Tanto quanto me lembre só havia uma casa de pernoita (!) na rua que nos levava às termas, conhecida pela casa da espanhola (?) os puritanos que me perdoem.
O que conseguimos?
Fazer noitadas de copos, fados e guitarradas.
O grupo era constituído pelo Albuquerque Dias à viola, coadjuvado pelo Morais (?) (penso que era esse o seu nome), pelo Fardilha e pelo Trigo à guitarra. Havia, também, um médico que cantava fados de Coimbra e, mais tarde, um Furriel que tocava trompete.
Transformámos a cidade completamente.
Basta dizer que o Café Sport, estando perto da Pastelaria Aurora, coqueluche da cidade, não tinha grande clientela. Engraçámos com aquela casa e começámos a ir até lá, mais amiúde quando o dono abriu um reservado, entre o café propriamente dito e as traseiras.
Era aí que se cantava o fado até de madrugada, com caldo verde, chouriço assado e tudo.
A dada altura até foi preciso condicionar o acesso ao café e, muito particularmente àquela sala, pois parece que ali caía o Carmo e a Trindade, quando nós lá íamos.
Em 1975 (cinco anos depois), tendo ido com a minha mulher a Chaves, ainda o dono se lembrava de nós.
Mas, para além daquele, quero lembrar outros locais de convívios, desde o Libório, a caminho de Espanha, com o seu jogo do sapo, da tasca do Km 16, com os seus bifes de presunto, de Boticas com as trutas e vinho dos mortos, do Romeu, perto de Mirandela, onde íamos por vezes fazer serenatas às sopeiras que serviam à mesa do restaurante, de …, de …, e de …
Frente à porta de armas do quartel, à hora do toque de ordem, começou a juntar-se um grupo que aguardava a nossa saída, a ver se transportávamos as guitarras e violas. Quando era o caso, normalmente era eu que as transportava, pois nunca toquei nem cantei, sendo esse o meu contributo para as noitadas, lá seguia tudo atrás de nós, qual procissão.
Invariavelmente, as noitadas acabavam tarde e a más horas, mas sempre, sempre num sítio imperdível - a PADARIA.
Ficava a pouco mais de quinhentos metros do Quartel, não sei se ainda lá está, mas, à hora de nós recolhermos (quatro/cinco/seis da manhã), estava em plena laboração. Nem era preciso nada, pão quente, acabado de sair do forno e manteiga que eles já lá tinham. Conclusão - pequeno-almoço tomado. Depois era o sacrifício de trepar as escadas da Unidade até aos nossos aposentos, quando o conseguíamos. O Dias que conte as vezes que as subimos de cu pois, de frente, nem pensar.
Tempos…

terça-feira, 17 de março de 2009

Livro muito importante de MANUEL PEDRO DIAS


Fiquei muito bem impressionado com o Livro "Aquartelamentos de Moçambique - Distrito de Tete 1964-1974.
Penso que dois outros existem ou estão para vir, relativamente a Cabo Delgado e Niassa.
É um acervo documental magnífico, amplamente recheado de imagens e com bastante informação, objectiva e séria.
Recomendo vivamente !
JAD

sexta-feira, 13 de março de 2009

"frames" das Mensagens de Natal - 1971 - edição 2





E vão ainda mais estas, todas de cocuanas da 3310: Eu, o nosso saudoso Básico (Gonçalves), o Furriel Mota e o António Grilo.

"frames" das Mensagens de Natal - 1971 - edição 1






Vou aqui dar início à publicação de algumas "frames" retiradas do vídeo "Mensagens do Natal de 1971" que o João Marques conseguiu editar no ano passado ... (penso que ainda deverá ter alguns exempares de DVD para distribuir por preço acessível).
Naturalmente, começarei por apenas alguns hoje cocuanas, mas é minha intenção trazer as imagens de todos os elementos do 3834 e da 1ª. CCMDS que intervieram naquelas gravações com votos de Boas Festas para 1971 / 1972.
Irão mais fotos de seguida.
Identificados: Furriel Victor Vieira (3310), Furriel Patana Gonçalves (3310), Alferes Helder Fernandes (CCS), Furriel Ilídio Ferreira (CCS), Alferes Capelão Reis (3310).
JAD

sábado, 7 de março de 2009

Mais uma bela croniqueta do António Manuel Camacho (Alf. da 3311)

PERIPÉCIAS EM CHAVES – 3
Nas rotas do contrabando, há algumas histórias para recordar.
Aqui vai a terceira.
O açude era o caminho por excelência para darmos o salto e irmos até Espanha. Fica no Rio Tâmega e delimita a fronteira.
Visitei-o, na última vez que estive em Chaves. Está diferente, não tendo nada a ver com o que era naquele tempo. Agora tem um parque de merendas, um relvado enorme para prática desportiva, um parque infantil, esplanada, etc., nada a ver com aquilo que era.
Naquele tempo, no meio do açude havia umas pedras, género poldras, pintadas de branco, para “facilitar” a passagem de um lado para o outro.
Quantas vezes as pisei.
Estávamos prestes a começar o IAO. Daqui remeto a leitura do que isto significa para a descrição notável, feita em 11-12-2008, pelo Carlos Vardasca, no seu blogue (http://dotejoaorovuma-cabel.blogspot.com).
Já nos tinham avisado que aquilo era fome de matar. A comida vinha do quartel e, quando chegava, se chegasse, vinha fria e intragável.
Resolvemos, numa de defesa, ir fazer umas compras a Verin, entre outras coisas, de enlatados vários.
Como sempre, tratámos de arranjar boleia até à fronteira e cumprirmos a rotina habitual.
Desta vez fomos com um capitão, de que não me lembro o nome.
A trupe era constituída, pelo menos, por mim, pelo Vale Pereira e pelo Albuquerque Dias.
O tal Capitão deixou-nos perto dum campo de milho que nós já conhecíamos de aventuras anteriores e foi aí que ficámos de nos encontrar no regresso.
Atravessámos a fronteira de salto, ele apanhou-nos do outro lado e levou-nos até Verin, como era usual. O dia foi passando e, em Dezembro, a noite faz-se cedo. Quando demos por nós já o sol se tinha deitado.
Nada de transcendente dado que já conhecíamos as voltas a dar.
No regresso o Capitão deixou-nos em Feces de Abaixo, para nós passarmos de salto, para depois nos recolher no local combinado.
A primeira dificuldade foi acertarmos nas tais pedras pintadas de branco que, à noite, não se viam e não queríamos acender umas lanternas que tínhamos comprado, para não sermos surpreendidos.
Não houve outra solução senão esquecermos as pedras e atravessarmos a fronteira, com a água pelos joelhos, ou mais.
Do lado de cá toca a ir ao encontro do carro que nos levaria a Chaves.
O pior era dar com o sítio. Aquilo era logo ali, mas à noite, todos os gatos são pardos. Uns que era mais à esquerda, outros que era mais à direita…, até que resolvemos utilizar uma das lanternas, com os riscos daí inerentes.
Foco aceso para uma banda, foco aceso para outra e eis que se acendem os faróis de um carro.
Ali está ele, cochichámos nós, escondidos no milheiral!
Embora encharcados, corremos até ao carro e arrancámos. Ainda não tínhamos percorrido, nem sequer uns quinhentos metros, salta do escuro um guarda-fiscal, de pau de marmeleiro em punho, na direcção do pára-brisas. Depois outro e mais outro, estes de arma empunhada em riste.
Fomos apanhados.
Apontaram-nos uns lampiões para verem a nossa fuça e pediram-nos as identificações. Quem comandava o grupo era um sargento ou cabo da Guarda-Fiscal que, ao ver os nossos cartões de identidade, só dizia: - “Só me faltava esta, Só me faltava esta…”. “Isto assim, com oficiais é um problema”.
Pouco depois, mais calmos, já estávamos numa galhofa danada e, mais ainda, quando obrigámos o gajo a ver o grande contrabando que trazíamos, que mais não passava de umas latas de conserva e pouco mais, para o IAO. Isto parece que o deixou mais descansado.
Mas o tipo repetia-se e só dizia: - “Pareciam mesmo contrabandistas, com sinais de luzes e tudo”; “Só me faltava esta, Só me faltava esta.” Por fim lá nos deixou ir embora, ficando nós por saber se ele terá pensado que tinha apanhado, em flagrante, uma grande rede de contrabando.
Ao contar isto, hoje em dia, pode dar vontade de rir, mas, naquela tempo, por pouco não nos livrámos de ficar com o pára-brisas estilhaçado ou, quem sabe, de levar um tiro. Pelo menos, foi a única vez que fomos apanhados pela Guarda-Fiscal.

A.M. Camacho

domingo, 1 de março de 2009

Croniquetas do Camacho - aventuras em Chaves/1970

PERIPÉCIAS EM CHAVES – 2
Nas rotas do contrabando, há algumas histórias para recordar.
Aqui vai a segunda.
Normalmente, passávamos as horas mortas na pastelaria “Aurora”, situada no centro da cidade e centro mundano por excelência.
Toda a “finesse” do burgo e arredores lá se encontrava, ao meio da tarde, para tomar chá. Os cavalheiros, de fato e gravata, as madames de vestido de pompa e circunstância (há uma história minha com o Albuquerque Dias que só conto em Off).
O nosso pensamento, naquelas horas, vagueava entre, ou ficarmos em Chaves, ou então termos possibilidades de uma escapadela até Espanha, que era o fruto proibido.
Não que fossemos maltratados ou nos sentíssemos martirizados por lá estarmos, mas por que, do outro lado da fronteira vivia um povo, digamos, mais livre, mais mundano, mais cosmopolita, mais que não seja por não ter que se bater com o espectro de uma guerra que, pelo menos para mim, não fazia sentido.
Sentíamos Verin e Orense ali a meia dúzia de quilómetros, mas…
O “Sarraquinhos” tinha uma “pedra no sapato”.
Como descrevi, em croniqueta anterior, o seu grande receio, pavor, cagaço, pânico, etc., consistia no facto de todos nós sermos potenciais candidatos a dar o salto, a fim de fugirmos à Guerra Colonial, através da fronteira de Chaves.
Posso dizer que não era despropositado o seu dilema, pois, que me lembre, deram o salto um Tenente do Batalhão que nos antecedeu e um Aspirante do Batalhão que nos sucedeu, por acaso meu adjunto, o que me causou algumas idas ao Comando para prestar declarações e … por aqui me fico.
Resolvemos, numa das vezes, ir até Orense.
Lá fomos. O estratagema era sempre o mesmo. Boleia até perto da fronteira, salto até Feces de Abaixo, depois, como naquele dia quem nos levou só ia até Verin, resolvemos ir dali até Orense de camioneta, pois, no regresso, logo haveria quem nos trouxesse de volta até Chaves.
Quando demos por nós, naquela cidade, já a noite tinha chegado há muito e o transporte para o regresso, só no dia seguinte.
Tratámos de ir à procura onde dormir, desde, acompanhados por uma qualquer marafona, ou então, ficar num quarto, numa hospedaria da cidade.
Éramos três e batemos à porta de um “hostal”. Atendeu-nos uma tipa, com voz de bagaço que, sem abrir a porta, nos perguntou o que queríamos. Dormir, como é óbvio. Então passem por baixo da porta uma identificação e a “massa”.
Aqui é que residiu o busílis da questão. A “massa” era o menos, embora não abundasse. O que é certo é que estávamos ilegais em Espanha, éramos militares desenfiados, e, etc., etc. e tal.
Acabei por ser eu a dar o meu cartão de identidade. O militar, pois o civil, nem pensar.
O quarto tinha uma cama de casal e um divã. Sorteámos qual o “casal” que dormiria junto e quem era o privilegiado que ficaria no divã. Felizmente tudo correu bem e, no dia seguinte, a “madame”, devolveu-nos o cartão militar de identidade, com a recomendação de que, quando tivéssemos que ficar em Orense a procurássemos.
Até hoje…